quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Uruguai não quis virar um Brasil!

versão desse artigo em áudio aqui: (http://www.youtube.com/watch?v=biWIZX5CaB8)

O Uruguai tem um dos melhores índices de educação da América Latina. Foi um dos primeiros países do continente a oferecer educação universal e gratuita, da pré-escola à universidade. Ou seja, o Uruguai tem uma grande massa crítica.

É preciso lembrar que as drogas são utilizadas desde tempos imemoriais e fazem parte da sociedade humana. Povos de todo o mundo fazem uso diariamente de drogas dos mais diferentes tipos, sejam elas legais ou ilegais. 

Vivemos hoje em dia uma epidemia global de alienação. A política do pão e circo mantém a grande massa alheia aos problemas que as assola, mantém estruturas que condenam milhões à fome e a pobreza. É Ponto Pacífico que a criminalidade e a violência aumentam a olhos vistos na América latina. O crime organizado tem cada vez mais poder, aterroriza a população e intimida governos. O povo uruguaio, educado, tradicionalmente pacífico e com baixos índices de criminalidade, percebeu que deixar o crime organizado avançar seria um erro gravíssimo. A regulamentação da cannabis tira a substância tira do crime organizado e, portanto, afasta a violência e o risco de escalada de poder do crime organizado.

Pessoalmente entendo que uma vida feliz é mais facilmente atingida com o corpo purificado e saudável, entretanto, é notório que a criminalidade mata muito mais do que a substância.  O inimigo mais mortífero não é a droga e sim o crime organizado!

Parabéns ao povo uruguaio que foi consciente, participativo e que elegeu representantes com coragem para enfrentar a grande mídia, as grandes corporações e os países imperialistas. Parabéns por terem afastado o risco do avanço do crime organizado. Que continuem sendo um país sem criminalidade e sem máfias!

Enquanto isso no Brasil todos os dias centenas perdem suas vidas com a criminalidade insuportável e milhões vivem verdadeiro terror psicológico ao saírem de casa... Mas a grande mídia mantém o povo em transe e inerte. 

O Uruguai não quis se transformar num Brasil. Parabéns!




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VIOLÊNCIA NO ESTÁDIO EM SANTA CATARINA


versão em áudio desse artigo aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=iUNIvUbhEBs)

Desde a década de 80 que o Brasil entrou na onda das privatizações. Mesmo pagando altos impostos, com o sucateamento dos hospitais e das escolas públicas, muitos se viram obrigados a porem seus filhos em escolas particulares e a pagarem planos de saúde. Os que não podem pagar, ficam ao Deus dará. Já na Europa a Educação e a Saúde continuam gratuitas.

É óbvio que há uma estreita ligação entre a falta de educação e o aumento da violência. Ao invés de escolas boas, a população tem estádios. A mente da massa fica então num mundo paralelo onde o importante é matar e morrer pela bandeira de um time.

No Brasil é melhor ser contra Deus do que ser contra o futebol, isso é sagrado. Nossos ídolos são times, são jogadores ou são pseudo-artistas, ao invés de sábios, de empreendedores, de professores... Muitos me criticaram quando eu fiz a paródia “Vou Pagar um Estádio”, mas como posso ficar calado e concordar com uma coisa que aliena tanto as pessoas? Como posso ficar calado diante da política do pão e circo?

O humor pode ser uma arma pacífica e inteligente para fazer denúncias, mas não basta rir. A gente tem que ter educação antes de ter estádios, senão continuaremos vendo cenas como as que vimos em Santa Catarina, onde as pessoas se portaram pior do que animais. Se matando a troco de nada.

Tem muita gente por aí tentando homenagear Nelson Mandela, mas a maior homenagem seria imaginar que luta ele se engajaria hoje e agir! A alienação é uma epidemia global. Está na hora da gente parar de dar nosso apoio às coisas que mantém o povo manipulável e violento.

É Ponto Pacífico que o futebol, faz tempo, deixou de ser apenas uma atividade saudável para ser um negócio de bilhões. Um grande circo para nos deixar em transe para defendermos e lutarmos por aqueles que nos escravizam. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Bandido Baleado: Vitória ou Derrota?


Como todo mundo sabe que eu sou pacifista e defensor dos Direitos Humanos, muita gente está perguntando minha opinião sobre o caso do bandido que foi baleado ao tentar roubar uma moto em São Paulo.

A tentativa de assalto aconteceu na Av. Assis Ribeiro, na Penha, zona leste de São Paulo. Não muito longe de onde eu também já sofri uma tentativa de assalto. Felizmente eu consegui correr e escapar.

Nem me surpreende mais o que eu vejo nos comentários do vídeo: “bandido bom é bandido morto”, ”eu tinha chutado a cara dele” e outras coisas do gênero. Não me assusta mais, porque já está claro pra mim que no Brasil as coisas materiais são sagradas. As pessoas dão suas vidas para comprar coisas, então as veem como o que há de mais importante no mundo e são capazes de matar e morrer por elas. Quando se fala de carros e motos então, isso se confirma ainda mais. O documentário: “Sociedade do Automóvel” mostra como os veículos motorizados viraram praticamente uma religião fundamentalista, principalmente em São Paulo.

Eu sei como é horrível a sensação de ser assaltado, só que o que eu penso é: como podemos acabar com isso?  O pensamento de “matar todos os bandidos” é ridículo não só porque seria um holocausto, mas também porque é óbvio que não resolveria o problema. Já se têm se matado muitos bandidos todos os dias e o crime continua a avançar.

A gente tem que entender o que tem gerado os assaltos! Veja esse experimento que mostra como macacos reagem quando sofrem injustiça. Os humanos também são hominídeos e também ficam violentos perante a desigualdade.

O Brasil é um dos países com maior desigualdade no mundo, mas tem outros fatores que contribuem para o crescimento da violência: a difusão de valores pobres pela grande mídia, a falta de educação e de condições humanas de vida.

Então ao invés de ficar comemorando quando um assalto é impedido, se a gente quer soluções reais e quer o fim dessa verdadeira guerra urbana, é Ponto Pacífico que a gente precisa é achar bonito andar de bicicleta, a gente precisa de novos valores e de novos sonhos! Precisamos garantir educação e condições de vida digna pra todos. Senão, vai continuar a mesma história onde se mata um bandido e aparecem mais 10.

Versão dessa reflexão em vídeo: 


terça-feira, 25 de junho de 2013

A Revolução Começa no Corpo!

Justamente nos momentos de debate a nível nacional é que fica mais claro a incapacidade humana que mantêm a situação do mundo complicada como está: a falta de habilidade para se relacionar com quem pensa diferente de si.

O planeta é cheio de recursos e repleto de pessoas inteligentes e criativas, mas ao mesmo tempo é repleto de pessoas que sofrem e pessoas violentas.

Parece ponto pacífico que se fossemos capazes de cooperar e de chegar a consenso conseguiríamos uma sociedade muito mais pacífica e saudável. Então porque não conseguimos? Quais são os obstáculos? Seriam as diferentes visões de mundo?

Para além das divergências políticas e religiosas, que deixam a visão de mundo tão diferente para cada um, há alguma coisa que impossibilita o respeito pela visão do outro e induz a tentativa de impor a sua visão aos outros. O que seria isso?

Fragilidade emocional. Em outras palavras, imaturidade. Sim, quando estamos emocionalmente instáveis e desequilibrados, agimos sem sensatez. Nesse estado há tendência de inferir que a causa do sofrimento é o outro, pois como partimos do princípio que nossa visão de mundo é a correta, somos impelidos a imperializar o outro. O problema estaria resolvido quando o outro conhecesse “a verdade”.

O primeiro equívoco é considerar que “a verdade” pode ser imposta, quando na verdade a concepção da realidade acontece segundo as possibilidades de cada um. Sempre através das convicções e pela compreensão. Tentar colonizar o outro é violência e pura perda de tempo.

O segundo equívoco é considerar que a causa do sofrimento é o outro. Na síndrome de Estocolmo o sequestrado passa a gostar da situação que se encontra. Há diversos outros exemplos ao longo da história de escravos que gostavam da situação que se encontravam. Ou seja, o estado de sofrimento, por incrível que pareça é uma decisão. Por isso uma situação que é horrível para uma pessoa pode ser confortável para outra. A maneira como nos relacionamos com a realidade é que resulta ou não em sofrimento.

Mas então, se não podemos impor mudança aos outros e se eles não são a causa da nossa insatisfação, o que o é?

A falta de compreensão de si. Em outras palavras, a falta de capacidade de estar em paz consigo. Esse estado de paz permite uma felicidade tal, que o desequilibro emocional e a instabilidade diminuem. Somente nesse estado é que temos respeito e compaixão.

Para uma nova sociedade, mais pacífica e mais justa, não adianta nos engajarmos em debates infindáveis. Se investíssemos no equilíbrio emocional e tivermos, cada vez mais, pessoas emocionalmente saudáveis e sensatas, os problemas de relacionamento desaparecem e aí sim há alguma possibilidade de consenso. Enquanto as pessoas estiverem emocionalmente frágeis e instáveis, sempre haverá discórdia e conflito.

Até a educação formal e o conhecimento acadêmico são menos importantes que essa inteligência emocional, pois o inculto que está em paz consigo, terá estabilidade emocional para sempre aprender algo.

Esse estado de equilíbrio emocional é uma riqueza difícil de ser medida. É algo como um estado de maravilhamento com a natureza e com própria existência.

Você deve estar se perguntado o que tudo isso que leu até agora tem a ver com o título desse artigo. Tudo.

Para se experienciar o estado de equilíbrio emocional não é necessário fazer um curso ou comprar um kit especial, basta, pasmem, conhecer-se.

Nos dias de hiperestímulo de hoje em dia, com uma quantidade colossal de informação que nos chega às mentes é muito difícil que se comece o autoconhecimento pela mente. Ela anda tão acelerada e cheia, que seria mais fácil estar no meio de uma nuvem de gafanhotos e conta-los do que observar o turbilhão de pensamentos.

Nos resta então, começar pela parte mais palpável e visível de nós: o corpo. E então, fazer investigação minuciosa de todas as amplitudes e capacidades dele, em outras palavras, a conscientização corporal. Um processo que sintoniza nossa auto-imagem com a realidade.

Com o processo de olharmos para si e desfazermos ilusões e equívocos, a mente e as emoções vão se estabilizando e gradativamente vai surgindo mais equilíbrio emocional. Com mais equilíbrio emocional, podemos começar a observar a mente e então, o conhecimento de si se amplia mais.

A revolução de fato se dará quando os indivíduos forem equilibrados emocionalmente. Enquanto esse momento não chega a cena será a de sempre, disputas sistemáticas sem grande chance de conciliação.

Esse processo que descrevi, não é invenção minha. Talvez você até possa conseguir fazer essa odisseia toda sozinho, usando sua criatividade e esforço. Essa busca de equilíbrio emocional começando pelo corpo é uma sabedoria bem antiga e é chamada de Hatha Yoga.









sexta-feira, 21 de junho de 2013

Qual direção seguir?


Pode ficar difícil identificar um foco em meio a tanta gente e grupos nas ruas clamando tantos tipos de demandas. Tem tanta coisa errada, que pela lógica, precisaríamos de uma Assembleia Constituinte Participativa. Sim! Reescrever a constituição corrigindo os erros da versão passada em direção à uma sociedade mais humana.

Para isso, sempre é válido observarmos os exemplos de sucesso pelo mundo, não para imitá-los, mas para termos a inspiração e referências de onde deu e dá certo. Assim poderemos criar nosso próprio modelo.

Mas quais seriam as referências, se todas as sociedades tem suas especificidades e problemas? A resposta é simples, precisamos observar quais são as sociedades onde há um alto FIB (felicidade interna bruta).

Se fossemos tentar explicar o funcionamento de um telefone celular para alguém da idade média seria muito difícil, provavelmente teríamos de recorrer à Deus. Entretanto, se fossemos explicar o que é desvio de verbas pelo governante, ele certamente saberia do que se trata. Ou seja, houve avanços tecnológicos gigantescos em várias áreas, mas o modelo de organização política contemporâneo continua arcaico. Mas não desanime! Começa haver aprimoramentos. Veja o exemplo Islandês:

Em relação ao aprimoramento de como parlamentares desempenham sua função, também há bons exemplos: 

Sempre acreditei que era muito útil mostrar aos brasileiros, os exemplos que deram certo pelo mundo. Por isso, tive a ideia de fazer um documentário mostrando um pouco sobre a cultura e a sociedade na Dinamarca. Como sou produtor totalmente independente, conto apenas com a ajuda dos internautas para concretizar esse projeto. Conheça mais sobre ele aqui:

Tem página do projeto no facebook para quem quiser acompanhar cada etapa: https://www.facebook.com/DocumentarioSociedadeECulturaNaDinamarca?skip_nax_wizard=true

Para concluir, como afirmo no artigo anterior, precisamos nos concentrar naquilo que é fundamental. Não adianta querer reinventar a roda.



Há risco de golpe?

Em qualquer país onde a educação e o senso crítico forem frágeis e a massa for facilmente manipulável, sempre haverá risco de golpes.

Grande parte da população foi acostumada a formar sua opinião sobre a realidade levando em conta as informações tendenciosas e parciais que a grande mídia oferece.
É preciso lembrar que a grande mídia ainda visa o lucro de pequenos grupos e não o bem coletivo. Ela jamais irá defender algo que põe em xeque sua própria existência. Tudo que esses conglomerados puderem fazer para manterem seu poder farão.

Nesse contexto tenso, de emoções exaltadas, onde protestos espontâneos se multiplicam é extremamente importante focalizarmos no básico, naquilo que é fundamental:
  1. O direito à expressão e à manifestação é de TODOS, independentemente do viés religioso ou ideológico. Calar alguém usando a força não permitirá que a democracia se estabeleça de fato. Portanto, defenda o direito de todos se expressarem!
  2.  Demonstre publicamente que não é aceitável que a grande mídia interprete tendenciosamente as manifestações.
  3. Jamais aceite truculência estatal como resposta às demandas populares justas.
  4. Concentre-se nas causas objetivas e centrais. Nada adianta o impeachment deste ou daquele governante, se seus salários continuarem os mesmos, se suas regalias e privilégios continuarem em detrimento da população. As estruturas precisam ser reformuladas.
  5. Mantenha-se participativo e atuante. Quem cala consente.
Parece ponto pacífico que todos queremos saúde, educação e segurança pública de qualidade. Todos queremos mais poder de influência nas decisões políticas e queremos mais transparência nos gastos públicos. Mantenhamos sensatez e foco.

Obstáculos à Democracia

Agora que a população está mobilizada, é possível que diversos grupos de interesse tentem ser oportunistas. Políticos tentarão tirar proveito. Milícias poderão tentar amedrontar. Até interesses internacionais na desestabilização do país podem existir.

Todas essas forças são de fato a política acontecendo. As disputas pelo poder.

A internet permite que a população troque informações, publique seus relatos, denúncias e análises, sem a dependência do tendencioso viés da grande mídia. A internet é obviamente um obstáculo para o poder estabelecido. Há, portanto, chances de que tentem de alguma forma bloqueá-la ou controla-la. Não aceite nenhuma tentativa disso. Defenda sua liberdade na internet.

Se um golpe for acontecer, o que decide seu estabelecimento é a aceitação popular. Por isso que é tão imprescindível que defendamos os valores democráticos e redobremos o esforço pela manutenção da sensatez no debate público. 

Parece que o momento exige participação política como nunca houve em nossa história. Sabemos que é enorme a parcela da população que sofre com a opressão e descaso, assim como é grande a parcela da população que nunca se moveu para mudar essa realidade.

Agora é hora de aprendemos a debater com respeito, para construir um país mais humano e igualitário. Esse processo será sem dúvida muito trabalhoso, mas não precisa ser tão doloroso como previu a poesia do sambista Wilson das Neves. Depende de nós!

“No dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval”.

domingo, 16 de junho de 2013

Como ser não-violento diante de uma polícia tão estúpida?

Deve ser muito difícil para os que foram injusta e brutalmente agredidos pela PM de São Paulo, não pensarem em vingança, em não pensarem em se armar para se vingar à altura. Principalmente hoje em dia, que é tão fácil imprimir uma arma com impressora 3D.

Em todas as culturas pelo mundo, as pessoas se solidarizam quando veem injustiça. Os mais fracos se unem contra os mais fortes e, como mostra a história. Se arriscam pelo simples fato de quererem defender os injustiçados e oprimidos.

Diversas organizações internacionais já recomendaram a extinção da polícia militar paulista, filha da ditadura, que não consegue resolver o problema da criminalidade, com a qual, aliás, está muitas vezes envolvida.

Numa rápida enquete no meu facebook, o sentimento que a PM mais evoca nas pessoas é pena, em segundo lugar, vergonha. Sentimentos nada positivos para uma instituição que devia inspirar respeito, admiração, ou algo do gênero.

Mas o que Lennon falava faz mesmo todo o sentido. Recorrer à violência é mesmo o recurso do inapto, recurso do incapaz. A população é, sem dúvida, muito mais solidária, educada e inteligente do que a polícia. Portanto, não podemos mesmo nos rebaixar a tal ponto.
Não é só no Brasil que o autoritarismo emerge.

Com inteligência podemos criar estratégias. É a estratégia que vence a força bruta. É assim na natureza, senão, o homem já nem existiria mais na face da Terra.

O que é fundamental para nós, cidadãos de bem, é mantermos nossa integridade. A ética deve ser nossa bandeira.  Mantermos o foco na inteligência e no bom-humor, mantém nossa superioridade intelectual e moral e resulta, cada vez mais, em vergonha e pena para os que só conseguem recorrer à violência.  
O que é igualmente fundamental é união. Com organização somos muito mais fortes.

Não posso deixar de citar também o papel fundamental que o yoga tem para ajudar a nos mantermos equânimes. As emoções exaltadas diminuem nossa capacidade de raciocínio e ação. O yoga pode ajudar a manter o equilíbrio emocional. A respiração profunda e a meditação são ferramentas importantíssimas para que cultivemos lucidez, mesmo perante a animalidade policial.

É hora de não perdermos o foco com explosões emocionais. É importantíssimo que se exija redução do salário dos políticos, aumento do salário mínimo e porque não, que se exija, de uma vez por todas, uma polícia minimamente decente.

Protestar não é nada confortável. É preciso lembrar que as pessoas só enfrentam o desconforto da manifestação, porque a situação está mesmo insuportável.

Então é esse o recado: não-violência, estratégia, organização e inteligência Brasil!

Por fim, uma sugestão aos policiais que estão com VERGONHA da instituição que fazem parte. Peçam baixa e saiam! Façam um associação de ex-policiais e criem um canal no youtube onde contam a sua história.



sábado, 15 de junho de 2013

Transporte Gratuito? Ah Esses Hominídeos Espertinhos!


Os gorilas, chimpanzés e orangotangos são conhecidos pela enorme capacidade de imitar os outros. Copiam ferramentas e comportamentos sem o menor constrangimento. É preciso lembrar que os humanos também são hominídeos e não são muito diferentes dos macacos nisso.

Um criou a agricultura, outros logo imitaram. Um criou a fundição do ferro, outros logo copiaram. Uns inventaram a saúde e educação públicas, outras nações logo copiaram. Uns inventaram a democracia outros logo a copiaram.

Claro que tudo isso é um processo longo, mas macacos não são bobos não. Se um colocar a mão na fogueira o outro não põe não.

Agora uns hominídeos na Estônia, criaram o transporte público gratuito, outros querem logo imitar! Uma vez que há nova tecnologia disponível, o hominídeo não abre mais mão dela. Uma vez que aprende pegar mel com o graveto, nunca mais usa a língua que é muito mais curta. Uma vez que aprende a cavar com ferramenta, nunca mais quer cavar com as unhas. Uma vez que pode viajar de trem, não quer mais viajar a cavalo. É um processo lógico e óbvio.

O que dificulta a imitação de saberes e tecnologias pelos Homo Sapiens são justamente coisas criadas por eles mesmos: burocracias, grupos de interesse, máfias...

Agora com a internet os hominídeos humanos tem acesso a muitas tecnologias e saberes distantes. Será um processo natural quererem imitar as coisas que facilitam e melhoram a vida.

Àqueles que não querem deixar os hominídeos imitarem as novas tecnologias e saberes, um lembrete: é impossível tentar impedi-los, pois a sua mais profunda natureza é imitar. 


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Polícia Mostra Despreparo e Desespero em São Paulo

Pelos vídeos postados nos últimos dias é Ponto Pacífico que a polícia não tem contingente suficiente para bater em tantos manifestantes. Percebendo sua nítida inferioridade a polícia desesperadamente partiu para violência. Contra os bandidos, que todos os dias assaltam e fazem coisas muito piores com cidadãos honestos, é óbvio que eles já perderam a guerra faz tempo. A polícia, talvez por estar tão humilhada diante da vergonhosa derrota frente ao crime, tão humilhada por ter salários tão indignos, provavelmente precisava descontar sua infelicidade através da violência contra os manifestantes. Bandidos tem armas e são muito perigosos, manifestantes são indefesos e um alvo fácil.

Um dos vídeos postados mostra um policial quebrando o vidro da própria viatura (patrimônio público). Uma possível tentativa de incriminar manifestantes. Há fotos e vídeos que mostram policiais batendo em idosos e jornalistas. A polícia está mesmo desesperada!


O povo está cada vez mais instruído e sabe que o inferno que enfrenta todos os dias nos transportes públicos só existe pelo descaso e corrupção dos governantes.  Os cidadãos que protestam, finalmente querem um pouquinho de vida digna e não vão desistir de tentar viver com um mínimo de qualidade.

As cidades minimamente civilizadas possuem transporte público digno e o transporte individual por automóvel é cada vez mais coisa do passado. Em São Paulo quem tem carro fica parado no trânsito e quem não tem fica no aperto do transporte público lotado. O paulistano parece um peixe que tem que escolher entre a boca do gato e a frigideira com óleo fervente.

Precisamos mudar essa realidade! Uma cidade tão rica, com pessoas tão bem informadas e inteligentes não pode aceitar essas condições tão desumanas. Essa insatisfação do povo é fruto da educação melhorada que teve. Essas manifestações mais insistentes, lembram protestos europeus.

Como não se pode emburrecer alguém, o que alguns tentam é emburrecer as novas gerações. Imagina que interessante para um governo, um povo que aceita uma vida de escravidão sem reclamar? O Sr. Governador de São Paulo acaba de tirar, isso mesmo, tirar o ensino de História, Geografia e Ciências das escolas do ensino fundamental! Não sei se o objetivo era deixar os jovens menos críticos, mas é óbvio que há descaso total com a educação.

Aos protestantes eu diria cuidado. Eu vi que vocês são imensa maioria e seu número aumenta mais a cada dia. Mas é bom lembrar que a polícia é despreparada e está totalmente desesperada e humilhada. Bater em inocentes parece a vingança mais fácil contra as próprias derrotas e humilhações. Portanto, permaneçam unidos, não desistam  mas também pensem em estratégias alternativas.



Seria um ótimo momento para mostrar força inteligente. Onde mais dói para os governantes é no bolso. Que tal organizar boicotes ao consumo? Uma semana sem compras! Boicote aos postos de gasolina! Boicote à copa das confederações! Vamos deixar todos os estádios totalmente vazios por um mês! Com boicote o governo se desespera mais e a polícia nem tem como bater em ninguém.

O povo unido jamais será vencido!



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Classe Mediazinha Dormente da Matrix

Precisamos de muitos Morfeus!
Enquanto na capital da Estônia o transporte público é gratuito, os riquinhos no Brasil querem manter os pobres em situação limite. E não podem reclamar não! Aceite sua condição de escravo e não reclame!
Depois não entendem o porquê de tanta violência e reclamam que têm de viver praticamente enjaulados. Será que a novela ou o futebol deixou as pessoas cegas? Violência é fruto de extrema desigualdade social! Isso já não é Ponto Pacífico?
Até na Índia é difícil ver cena tão degradante.
Na Dinamarca vou querer entrevistar lixeiros, limpador de banheiro e todo tipo de trabalhador que no Brasil ganha bem mal. Depois vou entrevistar engenheiros, advogados, médicos, para mostrar que lá TODOS querem que TODOS tenham salário e vida digna. Lá a disparidade salarial é a menor do mundo.  Receita infalível para uma sociedade feliz e com pouquíssimos episódios de violência.

Só que a mídia brasileira conduz as ovelhas direitinho. Ao invés de todos nós exigirmos vida digna para todos, a classe média quer mais é que pobre se exploda, como diria o personagem Justo Veríssimo do Chico Anísio.

Quando vejo gente chamando manifestantes de vagabundos fica claro como está longe o Brasil virar um país realmente humano. O modelo de sociedade que querem é esse mesmo de desigualdade extrema e violência generalizada.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR É: Porque será que a mídia e os políticos brasileiros não querem adotar o modelo dinamarquês?

Da classe mediazinha mesquinha, pouco podemos esperar. Eles estão tão ensimesmadinhos, com suas continhas, seus carrinhos, seus restaurantezinhos, prazerzinhos e seus próprios umbiguinhos, que não conseguem defender o interesse do outro. Só seus próprios interessezinhos. Aí fica essa desigualdade brutal e essa violência generalizada. Oh amebas de matrix!

Precisamos de muitos Morfeus. Urgente!

domingo, 28 de abril de 2013

Sobre Trolagem e Idiotas na Internet



Não é novidade que o mundo está repleto de idiotas. Violência espalhada por todo globo, destruição do meio ambiente e até as nascentes de água destruímos. Em alguns países desenvolvidos a expectativa de vida, pela primeira vez depois de séculos, está diminuindo. Estamos menos capazes que nossos avós para saber viver com qualidade e de maneira inteligente.

Nas relações humanas não é diferente. Nas últimas décadas o isolamento e o individualismo crescem, assim como o número de divórcios causados pelas redes sociais. O ser humano não está sabendo se adaptar de maneira saudável às novas tecnologias.

O bullying não é um fenômeno novo e o mundo virtual é um campo fértil para sua proliferação. O anonimato na rede permite a expressão das mais recônditas áreas obscuras do indivíduo.

Precisamos compreender que as pessoas expressam aquilo que contém. Quem tem sabedoria, expressa sabedoria, quem tem música a expressa, quem tem ignorância a manifesta e quem tem ódio o libera.

No youtube quando fazemos um vídeo, temos a chance de conhecer um pouco da mente de muitas pessoas. Lemos de tudo nos comentários, de elogios e flertes até os mais odiosos tipos de ofensas.

Muitos que produzem vídeos querem visualizações. Não são raros os que fazem de tudo para aparecer, desde vídeos apelativos e esdrúxulos ou com conteúdo agressivo e repugnante, até comentários engraçados, criativos ou ofensivos. É a busca desesperada por atenção.

O que torna um vídeo popular são os “likes”, as partilhas e a quantidade de comentários. Então para quem produz conteúdo mais profissionalmente é muito importante receber comentários. O PC Siqueira, por exemplo, já fez um vídeo onde agradece muito seus “haters” e afirma que só foi graças a eles que conseguiu comprar seu apartamento novinho em folha. Haters são mais fiéis e ativos do que o público normal e saudável.  Ou seja, quem quer ter algum sucesso no youtube precisa se acostumar aos haters e seus comentários depreciativos, pois afinal eles só significam mais audiência.

Aos poucos, vamos aprendendo a ignorar ofensas e a concentrar nosso tempo e energia somente na qualidade do conteúdo que produzimos. Até mesmo muitos elogios temos que ignorar. Apesar de alguns produtores de conteúdo se sentirem estimulados com eles, é humanamente impossível responder  todos os comentários de um vídeo de sucesso.

Repare que quem produz conteúdo regularmente, costuma não responder comentários, não porque não gosta deles, pelo contrário! Sejam positivos ou negativos os comentários ajudam na divulgação do vídeo. Só que se o produtor ficar perdendo tempo respondendo elogios ou se defendendo de ofensas, só vai ficar estressado, acelerar o envelhecimento, fragilizar a própria saúde e provavelmente terá menos concentração pra produzir conteúdo de qualidade.

Um ser humano que destrói sua própria fonte de água é o que? Idiota ou doente? Na verdade, seja pura ignorância, seja doença mental, é Ponto Pacífico que o que precisamos fazer é exatamente não promover, nem facilitar a expansão da idiotização.

Não perca seu tempo excluindo comentários ofensivos, nem bloqueando usuários idiotas ou doentes. Lembre-se: quanto mais comentários melhor!

Use sua inteligência e energia para produzir conteúdo interessante. Se pessoas usam o tempo delas de maneira idiota ou inútil, o azar é delas. Não dê a elas aquilo que elas mais buscam: sua atenção!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Redução da Maioridade Penal?

Mesmo que ninguém concorde comigo, silenciar não posso. Deixo então, mais uma vez, minha reflexão sobre a questão da maioridade penal. 

Em momentos de comoção, impulsivamente, há tendência pela punição e vingança. Mas é sempre bom lembrar que apenas punição, historicamente, nunca resolveu o problema da violência em lugar algum.

Temos que ter maturidade para reconhecer que nossa cultura está doente e produzindo criminosos. Construir uma cultura e uma sociedade saudável é a solução e não apenas mais punições e presídios.

Quando se estuda o mapa da violência nos bairros de São Paulo se constata que é nas áreas periféricas que se concentra a violência.
Tem gente que daqui a pouco vai começar a pregar bombardeio sobre áreas pobres, extermínio... Ao invés de bibliotecas, piscinas, quadras, centros culturais, teatro... É triste ver tanto ódio e ignorância.

Ao invés de políticas que emancipem e desenvolvam as áreas violentas, só se fala em punição!

Será que não é mesmo óbvio que é mais inteligente nos concentrar para resolver AS CAUSAS do problema???

Imaginem que se mate, de forma medieval, o infeliz que assassinou o estudante. Iríamos com isso resolver o problema da violência? Teríamos que punir da mesma forma outros milhares de infelizes? Isso não parece nazismo???

Outros, menos radicais, pregam "apenas" a prisão perpétua para o menor infrator...

No dia em que mudarmos o tom de "bandido bom é bandido morto" para "vamos levar emancipação para as áreas violentas" aí sim estaremos começando a pensar em solucionar as causas do problema.

Sempre tem aquele que comenta: "ah, mas queria ver se fosse com um filho teu...". A resposta é óbvia: É justamente porque quero um lugar seguro para os filhos que penso sobre as causas do problema. Afinal, o que adiantaria prender um criminoso se nossa cultura tem produzido tantos mais?

Eu sei que é mais trabalhoso defendermos a formação de pessoas saudáveis, com mentes sãs. Mas é Ponto Pacífico que é só aí que está a solução.

Muitos criminosos têm moradia, família e comida e partem para o crime em razão da ânsia incontrolável pelo materialismo. Isso, a gente mais cedo ou mais tarde também vai ter que encarar.

Muitas vezes, nossa tv, cinema, revistas e até igrejas, só ensinam que o sentido da vida é ter. Alguém ainda acredita mesmo que vai ser possível acabar com a violência se continuarmos com valores tão fúteis?

Não precisamos de mais presídios, nem de redução de maioridade penal, precisamos colocar o foco na saúde mental das pessoas, de cidades humanas, bairros dignos e pessoas saudáveis.

Pessoas realmente saudáveis, dignas e felizes não são violentas.



Vídeo de 2012 onde já tinha abordado o tema

segunda-feira, 25 de março de 2013

Índios Sofisticados, Brancos Alienados

Para não deixar passar em branco mais um absurdo que acontece no Brasil, faço essa rápida reflexão.

Como muita gente não conhece bem a cultura indígena, eu peço que prestem muita atenção no trecho  do documentário “O Povo Brasileiro” onde fica bem claro a sofisticação dessa cultura.


Como vocês puderam ver há uma série de valores humanistas sofisticadíssimos. No quesito respeito aos direitos humanos os índios estão muito à frente da cultura ocidental.

Quem acompanha meu canal:  http://youtube.com/brunobartu deve ter assistido a paródia que eu fiz: “Vou Pagar um Estádio”.

Na paródia eu já tinha apontado uma série de absurdos, mas faltou citar duas coisas muito importantes:
  1.      A demolição de um prédio histórico, o museu do Índio, para dar lugar a um museu olímpico. Saiba mais aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130322_aldeia_cq_atualiza.shtml
  2.         O desalojamento criminoso que está acontecendo nas favelas para especulação imobiliária. Veja o documentário:  


Resumindo: 
A Copa e toda essa paixão pelo futebol, está nos fazendo cometer absurdos e passar por cima de tudo.
Não vou nem citar aqui a absurda truculência policial contra os manifestantes da Aldeia Maracanã.
Nem vou aqui culpar o governo e acusa-lo de incapaz e corrupto.
Também não vou culpar os magnatas especuladores que passam por cima dos Direitos Humanos para fazer lucro.

Hoje, eu vou ter a coragem de dizer que todos esses absurdos só acontecem por nossa culpa!
É Ponto Pacífico, que a maioria da população está apoiando esses crimes quando faz do futebol a instituição mais importante desse país.

Não sou contra o esporte, pelo contrário!  Só que temos que aceitar que só teremos qualidade de vida quando priorizarmos as coisas básicas e urgentes como saúde e educação.

A mudança depende de nós!


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Anarcocapitalismo??? Ahhh!


Já faz um tempo que está circulando pela comunidade de vloggers do youtube algumas reflexões sobre o assunto e eu também gostaria de contribuir. Mas confesso que pra mim esse é um tema meio esdrúxulo, eu precisei de um bom tempo para trata-lo com a devida seriedade e respeito. Afinal, eu entendo que várias cabeças pensam melhor do que uma, e estou no youtube pra fazer amigos.

Mas antes de anarcocapitalismo, o que é anarquismo? O que é anarquia?

Anarquia significa ausência de soberanos, ou ausência de governo. Eu acho que fica ainda mais claro dizer ausência de hierarquias, ou seja, não há ninguém com mais poder do que os outros.

Bom, teoricamente a anarquia não é um termo pejorativo, pelo contrário, é um objetivo de longo prazo, daqueles que pensam que todos os seres humanos tem que ter os mesmos direitos.

Já no senso comum, anarquia foi maquiavelicamente ao longo da história, associada à bagunça. Digo maquiavelicamente, porque quem detém poder sempre tenta diminuir qualquer coisa que seja contrário a ele.

Mas os anarquistas, de modo geral, não defendem a ausência de regras, pelo contrário. As regras de boa convivência são necessárias para a vida em sociedade. Só que consideram que as regras devam ser concebidas com a participação de todos e não impostas de um pequeno grupo para os demais.

Voltemos aos anarcocapitalistas. Na verdade, eu acho que ao invés de anarcocapitalistas, um termo mais preciso seria ultra-liberalistas. Os ultra-liberalistas acreditam que o mercado não deva ser regulado, acreditam que tudo deva ser privatizado e que a mão invisível do mercado tudo regulará, sem a necessidade do Estado.

Eu prefiro o termo ultra-liberalistas porque não acho legitimo misturar os termos anarquia e capitalismo. Bakunin e Proudhon, anarquistas teóricos, entendiam que a anarquia é um alto grau de fraternidade e cooperação. Já o capitalismo é reconhecido pelos elevados níveis de competição e individualismo. Então pra mim, não tem nada a ver misturar esses dois termos.

Pessoalmente, e eu já disse isso em meu canal, também acho que o modelo de Estado contemporâneo está bastante obsoleto e precisa ser reformulado. Seria com certeza muito melhor que não precisássemos do Estado. Mas então quais são meus argumentos contra os ultra-liberalistas?

Vocês já assistiram um documentário chamado: The Corporation? Esse documentário mostra o que de fato é a natureza das corporações. Elas produzem as externalidades, que são os prejuízos que as empresas causam à sociedade para produzir o lucro.

Então o principal argumento contra o liberalismo é que o lucro é simplesmente o enriquecimento de alguns, graças ao prejuízo de muitos. Mas porque isso é ruim? Porque quando há explorados e escravizados, haverá grande chance de conflitos, violência e guerra. O que é Ponto Pacífico, ninguém quer, não é?
Portanto, para o momento atual, eu acho sim que precisamos de regulações. Vejamos:

O neo-liberalismo, tão bem difundido por Reagan e Tatcher simplesmente resultou no atual colapso econômico da Europa e Estados Unidos. A crise de 2008 foi causada pela falta de regulação adequada. Outro fator que contribuiu para a atual desindustrialização da Europa, foi a busca inconsequente das empresas por mais produtividade e lucro e seu deslocamento para a China.

Vejamos no Brasil. As empresas de telefonia celular e de internet, por exemplo, são horríveis. As empresas se aproveitam do monopólio que adquiriram e não se esforçam muito para oferecer serviços de qualidade. (Eu já falei disso em outros vídeos). E sabe quanto de lucro elas andam fazendo por aqui? É gigantesco! E você já tentou ligar para reclamar pra ver o que acontece? Você já tentou trocar de operadora para encontrar um serviço melhor? É tudo a mesma coisa.

Então precisamos de agências reguladoras sim! Para que o Estado exija qualidade de serviços e defenda o interesse da população. Porque se deixar, as empresas vão oferecer serviços cada vez piores por preços cada vez maiores. Lembremos que elas buscam o máximo lucro.

Em minha opinião, defender o ultra-liberalismo é ser ingênuo, é acreditar que as empresas não farão mal à sociedade, quando sua natureza é justamente procurar lucro a custa de externalidades e buscar monopólio.

Para complicar, a mídia brasileira não mostra devidamente o que está acontecendo na Europa. Tudo do neo-liberalismo que lá foi implantado para diminuir o ‘Welfare State’ só gerou o aumento da miséria, da desigualdade social, da violência, do desemprego e sim, o enriquecimento de poucos, como os banqueiros. O descontentamento dos chamados “indignados” é preocupante. O povo de lá clama por uma organização social que permita um mínimo de qualidade de vida. Defender as corporações é sinônimo de ser contrário às pessoas.

Portanto, toda vez que você ouvir falar de ‘anarcocapitalismo’ veja a instabilidade (em diversos níveis) que o neoliberalismo gerou mundo afora e imagine o que aconteceria se ficássemos somente nas mãos das tão ‘boazinhas’ empresas... Até no Canadá, em Montreal, houve recentemente protestos contra mais perdas dos direitos dos estudantes.

A direção que temos de tomar é de aprimorar nossa democracia e criar consenso ao redor da ideia de que o importante não é a concentração de renda nas mãos de poucos. Uma sociedade só pode ser desenvolvida se todos tem vida digna.

Mas eu acredito que compreendi bem o argumento dos anarcocapitalistas. Eles defendem o empreendedorismo e o fim da burocratização, o que eu acho ideias bem interessantes. O único problema é acreditar na auto-regulação.

Na analise cuidadosa feita no documentário The Corporation, conclui-se que as corporações não têm escrúpulos. Inclusive, segundo o documentário, se fosse para traçar um perfil psicológico para as grandes corporações ele seria de psicopata.

Atualmente é, portanto, impossível deixar que corporações, que já tem destruído tanto nosso meio ambiente e economia, dirijam sozinhas, sem nenhuma intervenção do Estado, a economia e a política. Sim, é verdade que muitas vezes o Estado é já marionete das corporações através de lobbys e outros mecanismos, mas mesmo assim, é um limitador da inconsequência das empresas. A subtração do Estado não resolveria o problema. Corporações e Estado são ambos instituições antiquadas que não condizem com o mundo contemporâneo, que não condizem com a tecnologia disponível.

O cada um por si dos ultra-liberalistas, me faz lembrar de Thomas Hobbes, que falava da guerra de todos contra todos. Justamente era ele que defendia a necessidade da existência do Leviatã, do Estado, para evitar essa guerra. Não concordo que a natureza humana seja tão negativa, mas também não penso que para já estejamos prontos para viver sem regulações.

Num futuro, quando formos mais desenvolvidos e todos tiverem alto nível de educação, ficará mais óbvio que o objetivo de todos nós só pode ser construir uma sociedade cooperativa.  Aí então, não haverá mais a necessidade do Estado regular a ganância doentia das empresas, nem haverá mais a necessidade de Estado.